A Adobe Acaba de Ganhar seu Pior Pesadelo: Affinity Agora é Grátis para Sempre
O jogo da edição profissional mudou radicalmente ontem — e o modelo de assinatura da Adobe pode estar com os dias contados
Por que isso é histórico: Imagine acordar e descobrir que Photoshop, Illustrator e InDesign se fundiram em um único aplicativo profissional. Agora imagine que ele é completamente gratuito. Para sempre. Não é teste grátis, não é versão limitada — é o pacote completo, sem custo algum.
Bem-vindo à nova era da edição criativa.
O Terremoto que Ninguém Esperava
Na última quinta-feira, o Canva detonou uma bomba no mercado criativo: o Affinity, que a empresa adquiriu por US$ 380 milhões em março de 2024, foi completamente reformulado e transformado em uma plataforma unificada — e totalmente gratuita.
Para contextualizar: o Affinity sempre foi o rebelde respeitável que desafiava a Adobe com preços justos (cada app custava cerca de US$ 70 em compra única). Mas agora? A estratégia mudou completamente. E a jogada é genial.
A Estratégia DaVinci Resolve: Quando o Grátis Derruba Gigantes
Se você acompanha edição de vídeo, já viu esse filme antes. Em 2010, a Blackmagic comprou o DaVinci Resolve e manteve o preço alto por um ano. Até que percebeu: o preço era uma barreira intransponível, quase US$ 1.000 por ano.
Em 2011, a empresa lançou uma versão gratuita limitada. Hoje, o DaVinci Resolve oferece quase tudo que um editor precisa sem cobrar um centavo — e se tornou o editor de vídeo mais popular do planeta, comendo fatia após fatia do mercado do Adobe Premiere Pro.
O Affinity está seguindo exatamente a mesma cartilha. E há todos os motivos para acreditar que funcionará.
O Que Mudou (E É Muita Coisa)
Antes: três aplicativos separados
Affinity Photo (edição de imagem)
Affinity Designer (ilustração vetorial)
Affinity Publisher (diagramação)
Agora: um único app unificado que faz tudo isso
Você começa editando uma foto
Muda para modo vetorial sem sair do arquivo
Finaliza em layout para impressão
Tudo não-destrutivo, em tempo real, com suporte a milhares de camadas
A interface é totalmente customizável — você pode criar “estúdios” personalizados misturando ferramentas dos três modos, salvar múltiplas configurações para diferentes tipos de projeto e até compartilhar seus layouts com equipes.
E ainda há mais: o app foi construído em um motor de alta performance completamente novo, prometendo edições detalhadas com zoom de até 10.000.000% (sim, dez milhões por cento) sem travar.
O Elefante Adobe na Sala
Vamos falar de números. A Adobe Creative Cloud completa (que inclui Photoshop, Lightroom, Illustrator, InDesign, Premiere Pro e mais de 20 apps) custa:
US$ 69,99/mês (plano anual mensal) = US$ 839,88/ano
US$ 104,99/mês (sem contrato) = US$ 1.259,88/ano
E esses preços são recentes — em junho de 2025, a Adobe aumentou os valores em quase 17%, rebatizando o plano de “Creative Cloud Pro” e empurrando recursos de IA que muitos usuários nem queriam.
Para fotógrafos, existe o plano Photography (Photoshop + Lightroom) por US$ 19,99/mês, mas que também sofreu aumentos no início de 2025.
Affinity agora: US$ 0. Zero. Nada. Forever.
O Truque? (Quase Não Há)
A pegadinha — se é que podemos chamar assim — está na IA generativa. O Affinity em si é totalmente grátis, mas se você quiser usar as ferramentas de IA da Canva (Generative Fill, Expand & Edit, Remove Background etc.), precisará de uma assinatura Canva Premium (US$ 15/mês).
Mas aqui está o ponto: ao contrário da Adobe que empurra IA goela abaixo, no Affinity a IA é completamente opcional. Quer trabalhar só com as ferramentas profissionais clássicas? Pode, de graça. A IA é um extra para quem quiser.
O Canva também promete que seus dados não são usados para treinar IA, e o processamento acontece localmente no seu computador sempre que possível.
Por Que Isso Pode Funcionar (E Derrubar a Adobe)
1. Base instalada massiva: O Canva tem mais de 260 milhões de usuários ativos mensalmente e vale US$ 42 bilhões. Ela tem capital, recursos e infraestrutura para bancar essa estratégia agressiva.
2. Fadiga de assinatura: Criadores estão exaustos com a pilha de assinaturas mensais. Adobe, Microsoft, Apple, Netflix, Spotify... tudo soma. Um app profissional gratuito rompe essa barreira.
3. O modelo já provou funcionar: DaVinci Resolve cresceu de 900 usuários em 2009 para mais de 5,47 milhões em 2023 com essa mesma estratégia. Adobe Premiere Pro sangra usuários há anos.
4. Frustração generalizada: A comunidade criativa está cansada de aumentos de preços, falta de inovação real e sensação de não ser ouvida. O Affinity está capitalizando em cima disso.
5. Estratégia de ecossistema: A Canva não precisa lucrar com o Affinity diretamente. A lógica é: profissionais criam assets no Affinity (craft), escalamm e distribuem via Canva (scale). É uma ponte entre trabalho premium e produção em massa.
O Desafio Real: RAW e Suporte a Câmeras
Para fotógrafos, há um obstáculo crítico: a Adobe é imbatível em suporte rápido a arquivos RAW de câmeras novas. Quando uma Sony, Canon ou Nikon lança um modelo, a Adobe adiciona suporte em semanas.
A Apple? Pode levar anos (literalmente — a OM System E-M1 Mark II esperou quase uma década).
O Affinity precisa investir pesado em parcerias com fabricantes de câmeras e lentes para adicionar perfis rapidamente. Sem isso, fotógrafos profissionais vão hesitar em migrar, não importa quão grátis seja o app.
O Que Vem Por Aí
O novo Affinity está disponível AGORA para Mac e Windows. A versão para iPad vem em 2026.
Usuários que compraram as versões antigas (V2) poderão continuar usando seus apps, mas eles saíram de venda há semanas e não está claro se receberão atualizações de segurança ou novos recursos.
A CEO da Affinity, Ashley Hewson, promete que “isso é só o começo” e que a empresa continuará investindo pesado em melhorias. Se seguirem o modelo Resolve — que lança updates gigantescos com centenas de novos recursos todo ano —, a Adobe terá motivos reais para preocupação.
O Que Isso Significa Para Você
Se você é fotógrafo, designer ou criativo:
Vale a pena experimentar? Absolutamente. É grátis, profissional e unificado. Mesmo que você continue usando Adobe como principal, ter o Affinity como backup já vale o download.
Dá para substituir a Adobe completamente? Depende. Para muitos workflows, sim. Para fotógrafos que dependem de suporte RAW de última geração, ainda não. Para designers e ilustradores acostumados com Illustrator/InDesign, provavelmente.
É uma tendência? Muito provavelmente. O modelo de “software profissional gratuito financiado por ecossistema” está ganhando força. A Adobe terá que responder — e provavelmente não será baixando preços.
O Elefante Maior: O Futuro do Software Criativo
Esta semana marca um ponto de inflexão. Pela primeira vez em décadas, a Adobe enfrenta competição real e bem-financiada que não está jogando o mesmo jogo.
A Canva não precisa vencer vendendo software — ela vence dando o software de graça e monetizando o ecossistema ao redor. É o playbook moderno de tecnologia aplicado ao mercado criativo.
E se funcionar? Espere ver mais empresas seguindo o mesmo caminho. Afinal, DaVinci Resolve provou que o modelo funciona para vídeo. Affinity pode provar que funciona para design e foto.
Para os criativos? Só há vencedores. Menos dinheiro gasto em assinaturas significa mais dinheiro para equipamento, cursos, projetos pessoais.
A revolução não será televisionada. Mas será renderizada. E editada.
De graça.









Em tempo, é muito bom ter um software dessa qualidade gratuito, para que possamos fazer coisas rápidas e offline e sem AI, como criação de thumbnail, adição de texto em foto, etc.
Eu uso bastante o affinity publisher, é muito bom para fazer diagramas, tem uma feature bem legal que permite você delimitar uma área e colocar a imagem ali dentro, de forma que se você mova a imagem, ele só move a imagem dentro da área (com zoom e rotate), é excelente pra diagramar e-Books, colagens, flyers, etc.
Esse tipo de competição é excelente, e é por isso que deve existir. Quem ganha são os usuários, a gente, que usa essas ferramentas. Imagina se vivessemos num mundo onde a Affinity e o Canva não fossem permitidos fazer o que fizeram?