Apresentar um projeto para patrocínio é difícil?
0s 3 passos simples que tenho usado desde 2006
Niterói nunca esteve tão bem representada na fotografia! Foi de lá que Arthur Waismann mandou uma pergunta instigante durante a consultoria particular da semana passada!
Embora curta o retrato corporativo, “paga as contas” diz o fotógrafo, o brilho esperançoso nos olhos e as fotos no instagram revelam que sua paixão mesmo é a fotografia de espetáculo.



Foi durante a pandemia que Arthur teve contato com o trabalho titânico do Marcos Hermes na fotografia de espetáculo, graças a uma entrevista que ele gentilmente me concedeu para o projeto ComVida, eu recomendo que você a assista, ela pauta a resposta da pergunta poderosa do Arthur:
“Como chegar nessas pessoas?”
Ninguém sabe, essa é a maior justeza da situação, não tem um caminho certo, os que já estão no ponto que você almeja, certamente fizeram a mudança em uma época tão diferente, que provavelmente as soluções usadas não se aplicam mais.
Um ponto permanece imutável: a força de vontade.
O outro lado também é verdadeiro: milhares de empresas também não sabem que você existe e, pasme, quer ajudá-las! Precisam de idéias criativas, num mundo cada vez mais desesperado por atenção.
O Criadouro Carioca, meu estúdio no Itanhangá, inaugurou uma era de projetos financiados por empresas e pela audiência, viagens como a da Antártica, Venezuela e todo o Brasil Gigante foram apoiados por marcas que acreditaram no projeto, nesse post mostro 3 passos importantes para facilitar o “sim” decisivo:
.Busque os subnichos
Fotografia de Espetáculos é um mercado gigante: do barzinho com música ao vivo até os mega shows como Rock in Rio, teatro, concertos, dança, circo, festivais, feiras, a lista segue dos menores orçamentos até aos valores milionários, sem contar a adrenalina dos eventos.

Nessa etapa não tem fórmula, é onde os homens se separam dos meninos, eu inicio geralmente no instagram, as respostas são meio evasivas, mas ao mesmo tempo busco o contato do departamento de marketing das empresas, no tradicional “um amigo meu conhece da época do colégio, vou te passar..”, vou no Linkedin, a vantagem de morar em um grande centro caiu com a internet, o funil é sempre o mesmo, não importa de onde você veio.






“Esquece o show”
No The Town, o maior festival de cultura de São Paulo, a busca foi pelo olhar do público, os fotógrafos de show fariam a cobertura tradicional e eu, nem olharia para o palco, mas para a reação das pessoas, foi um trabalho dos mais difíceis que já fiz: buscando reações diferentes em 120 mil pessoas diariamente.
O evento teve quase uma centena de patrocinadores, cada um com sua necessidade específica de divulgação, eu começaria daí, segmentos mais “duros” como o de seguros (Porto Seguro) e os mais ousados (Tik Tok) se concentram no mesmo momento, com expectativas e possibilidades totalmente diferentes.
Serão mil “não”, para um “sim”, acostume-se e aprenda com cada “não”.
.Tenha um bom projeto
Parece óbvio e é, mas aquelas idéias “Quero viajar pelo Atacama”, “Mostrar as belezas do nosso país”, são muito genéricas e sem tração alguma, já tiveram seu tempo, hoje seu inimigo é o Google, em um clique zilhões de vídeos e posts mostram a beleza do Atacama e do nosso país.
A moeção de carne da primeira etapa de nada adiantará se, conversando finalmente com aquele diretor de marketing, você não tiver uma boa idéia para vender, minimamente realizável e com um propósito como guia.
Aqui a “dor” do Marketing Digital cai como uma luva: o que o projeto muda na vida da empresa e do participante? Você tem que defendê-lo em uma frase, como faria?
Lembro que foi numa sexta-feira à noite que a gerente da Motorola me ligou, perguntando por uma explicação rápida do projeto que aquele amigo do amigo em comum comentou rapidamente, eles tinham gostado.
É esse momento que você busca! Por isso o impacto do projeto precisa ser imediato, provavelmente, quem irá apresentá-lo uma primeira vez, será um conhecido de um amigo seu que se encantou com a idéia, nesse processo alguma informação será perdida, quanto maior for a necessidade de explicação, mais monótona a idéia vai ficando.
Dezenas de posts já te mostraram como fazer a apresentação perfeita, a voz poderosa, transições no Canva, mas tudo pode se resumir num momento totalmente inesperado, onde nada disso estava disponível, porque eu estava no telefone falando sobre uma viagem com celulares e só tinha 15 minutos para isso.
A idéia já precisa ser encantadora, ter um diferencial e ser explicada em pouco minutos, “gostei disso, vamos marcar uma outra reunião com o time?”. Pronto!
Agora sim as apresentações e vídeos são válidos, mas concentre-se no impacto do primeiro contato, é ali que tudo começa.
Adapte com rapidez
Apresente um projeto robusto, mas deixe espaço para pequenas adaptações que surgirão naturalmente no processo, lembre-se que do outro lado há um time de criativos trocando idéias com você, isso é um privilégio.
Traga as soluções prontas e, principalmente, escaláveis, para manutenção e ampliação da idéia nos próximos eventos.
Cuidado: o tempo das empresas é outro
Quando saiu o “sim” do patrocinio da Motorola, imediatamente começamos a atualizar os equipamentos e comprar o que faltava para as viagens, certo que em pouco tempo a verba estaria no banco.
Sim, pouco tempo: 90 dias.
O primeiro trabalho dos sonhos quase foi nossa ruína, há uma burocracia normal dentro das empresas e esse tempo determina também a relevância do projeto: não havia um dia, nesses três meses, em que não acordávamos achando que o projeto podia cair, como a outro que apresentamos, costurado durante 5 anos com uma marca japonesa de câmeras.
Depois do sim, o responsável saiu de férias e uns 10 dias depois recebo um telefonema perguntando que projeto era aquele, com tom chateado na voz.
Expliquei calmamente, mas sabia que algo estava errado. Nada de telefonema depois das férias…
Ou uma subida de taxi no quase sem sinal Alto da Boa Vista, quando o comandante que liberaria minha viagem para a Antártica tentava me explicar que tinha 2 notícias, uma boa e outra ruim, que eu me decidisse qual deveria ouvir primeiro, já quase perdendo o sinal e a temperança.
“Você não vai mais em fevereiro para a Antártica!” dizia sem que soubesse se era a ruim ou a notícia boa. “o que, comandante, não vou mais?”
“Em Fevereiro não, você embarca em 15 dias!”
O sinal caiu, o motorista sem entender o desespero e eu já imaginando ter que montar uma expedição para a Antártica em menos de 15 dias.
Tenha tudo preparado, mas prepare-se para o inesperado.
Eu entendo que a Internet está virando um caldeirão de soluções prontas e mágicas, bem sacal, admito, mas encontrar uma forma de financiamento deixa o projeto duas vezes mais gostoso e aumenta a empolgação para os próximos.
Entenda que da mesma forma que você conta com o profissionalismo de uma empresa para alavancar o seu projeto, eles também contam com seu talento na hora das imagens. Isso não é moeda de troca: fazer “boas fotos” não é um diferencial seu, é uma habilidade inerente a qualquer fotógrafo.
O portfólio tem um peso, claro, mas a capacidade de levar o projeto adiante depende muito mais da forma como você se relaciona do que das suas capacidades em criar boas imagens.
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Vou adorar ler seu comentário, esse post te ajudou a colocar para fora aquele projeto empoeirado ai na sua mente?
Como sempre um tema de muita relevância. Adorei.